domingo, 28 de novembro de 2010

Colombina

Mágica morada
de versos vorazes
por onde vagueia
teu mítico ser

Chama que gera
o encanto da vida
Colombina menina,
tua sina é viver

Teu vulto é divino,
tua forma fascina,
teu corpo é escultura,
não se pode imitar

No samba, é a dama
mais bela e notável
A roda se inflama
ao vê-la gingar

Do poeta é o êxtase,
o vinho, o torpor
Tua alegria, nos versos,
inflama o amor

Reluz como o sol,
adorável menina
É santa e profana
a feliz Colombina

Teu lirismo deslumbra
e me entrego ao encanto
Colombina embriaga
e viscera o meu pranto

E eu, Pierrot,
me rendo ao te olhar,
Chorando na lira
tua arte ao luar

O que sinto ao te ver
não caberia em um canto
Nem mesmo na gira
de todos os versos

O céu, as estrelas,
seriam pequenos
Seriam precisos
mais mil universos


Vinícius (Para nós, colombinas)

3 comentários:

  1. Ah, que linda surpresa!!! Como já havia dito à você, eu amo este meu poema adolescente porque, apesar do passar dos anos, ainda há muito de mim contido em seus versos. Muito obrigado pela honraria, bela Colombina...

    Beijos pierrotianos bem no fundo de seu coração

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  2. PS: Pertence aos domínios da delicadeza este teu blog!! Absolutamente encantado...

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